Como evitar o burnout no local de trabalho: recomendações de especialistas
Última atualização: 18 de junho de 2024
O burnout não é um problema novo, mas muitas empresas estão começando a entender como ele é sério e comum. Nos últimos anos, diversos novos fatores de estresse afetaram os colaboradores: desde a pandemia até as novas tecnologias que estão transformando indústrias inteiras, além dos desafios econômicos por causa da inflação. A maioria dos colaboradores estão sobrecarregados e, claro, enfrentando dificuldades.
Determinar como evitar o burnout no local de trabalho é bom tanto para a sua empresa quanto para seus colaboradores.
O que é a síndrome de burnout?
Burnout é o que acontece ao corpo e à mente de uma pessoa que está sob estresse crônico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou 3 sintomas principais que caracterizam o burnout:
- Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
- Aumento do sentimento de negatividade ou afastamento psicológico do trabalho
- Menos eficiência no trabalho
A OMS declarou a síndrome de burnout um "fenômeno ocupacional" em 2019, mesmo antes do início da pandemia. Para muitos colaboradores, as coisas só ficaram mais difíceis nos anos seguintes.
O que está acontecendo com a força de trabalho?
Em uma pesquisa da American Heart Association, 82% dos colaboradores relataram sentir-se esgotados pelo menos uma parte do tempo e 25% disseram que se sentem esgotados o tempo todo. Mas não são apenas as longas horas que contribuem para o burnout. A Gallup detalhou as 5 principais causas:
- Tratamento desigual no local de trabalho
- Carga de trabalho excessiva
- Comunicação pouco clara da gerência
- Falta de apoio do gerente
- Pressão de tempo irracional
Esses problemas afetam a satisfação e o desempenho dos colaboradores. De acordo com o Índice de Saúde Mental TELUS, 60% dos colaboradores dizem que não estão tendo seu melhor desempenho no trabalho.
Por que estresse e burnout são um problema tão grande?
Em poucas palavras: o estresse pode levar a vários problemas de saúde que podem reduzir a qualidade de vida e até aumentar o risco de morte.
De acordo com a Universidade de Columbia, o estresse crônico pode levar a problemas de saúde que vão desde o aumento da pressão arterial e inflamação no corpo até uma baixa do sistema imunológico. Uma pesquisa da OMS constatou uma correlação entre trabalhar mais de 55 horas por semana e um risco elevado de derrame e doenças cardíacas. E a Associação Americana de Psicologia (APA) relata que o estresse de longo prazo experimentado desde o início da pandemia causou um aumento nas doenças crônicas e nos diagnósticos de saúde mental.
E trabalhar mais nem sempre é sinônimo de melhores resultados para as empresas. Um relatório do Slack revelou que 40% dos colaboradores trabalham regularmente após o expediente porque se sentem pressionados, mas os colaboradores que encerram suas atividades ao final do expediente ganham pontuações de produtividade 20% mais altas.
O que as empresas podem fazer para evitar o burnout?
Oferecer benefícios relacionados ao bem-estar e incentivar o autocuidado dos colaboradores é importante, mas as empresas podem ir mais longe ao adotar uma cultura que reduza o burnout no local de trabalho.
Aqui estão 5 formas de começar:
- Melhore as práticas de liderança
- Crie oportunidades de conexões reais
- Introduza opções de trabalho flexíveis
- Incentive e respeite os limites
- Forneça e incentive os colaboradores a usar a folga remunerada
Capacitar seus líderes com o treinamento, habilidades e recursos certos para apoiar seus subordinados diretos é um passo importante.
Invista em treinamentos
Muitas vezes, as empresas promovem os colaboradores para cargos de gestão com base no desempenho delas em funções anteriores. O Chartered Management Institute descobriu que 82% dos colaboradores do Reino Unido que ingressam em cargos de liderança não recebem treinamento formal em gestão, o que pode levar a um ambiente de trabalho que carece de apoio. Seus gerentes serão mais eficazes no apoio às suas equipes com o treinamento adequado.
Enfatize uma comunicação clara
Em uma pesquisa recente da Gallup, apenas 44% dos colaboradores disseram que sabem exatamente o que esperam deles no trabalho. Ofereça aos trabalhadores informações claras sobre suas responsabilidades e como seu desempenho será medido. Mostre aos colaboradores como o trabalho deles ajuda a atingir as metas da empresa, para que entendam o quanto são valiosos para a organização.
Monitore as cargas de trabalho
Não se deve atribuir a nenhum colaborador mais trabalho do que ele pode lidar. Incentive os gerentes a prestar mais atenção à quantidade de trabalho que cada colaborador recebe e a intervir antes que alguém fique sobrecarregado.
Incentive o engajamento e os comentários
A mesma pesquisa da Gallup revelou que apenas 33% dos colaboradores nos EUA estão engajados e apenas 26% sentem que suas opiniões são importantes no trabalho. Para aumentar a resiliência e desenvolver a segurança psicológica no ambiente de trabalho, é preciso priorizar o engajamento dos colaboradores. Incentive os colaboradores a compartilhar opiniões e deixe claro que eles não serão punidos pela honestidade. Solicite sempre que façam comentários e implemente mudanças com base no que ouvir.
De acordo com a Gallup, o isolamento no ambiente de trabalho também pode contribuir para o burnout dos colaboradores. As pesquisas do CDC (Centers for Disease Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças) mostram que a conexão social pode reduzir muitos problemas de saúde relacionados ao estresse.
Para colaboradores que trabalham no mesmo escritório, é importante incentivar o trabalho colaborativo. Para isso, inclua atividades no escritório que ajudem os colaboradores a se conhecerem melhor e crie espaços de escrita comuns, como um quadro branco para ideias.
Para equipes em que alguns ou todos os colaboradores trabalham remotamente, a colaboração pode ser mais complexa. Use recursos e ferramentas de conferência digital projetados para criar uma comunidade online, como Slack empresarial. Tente reservar espaço nesses canais para uma comunicação que não seja apenas de trabalho. Ter canais do Slack dedicados a interesses compartilhados, por exemplo, pode ajudar os colaboradores a se conectar em um nível mais pessoal.
Além disso, a conexão pode (e deve) ir além do trabalho diário. Considere facilitar ou incentivar grupos formados por colegas para os colaboradores. E planeje atividades, como happy hours ou viagens em grupo, para que os colaboradores possam se conhecer fora do escritório. Se sua equipe estiver espalhada em diferentes locais, considere incluir os custos de viagem no orçamento para reunir as pessoas com alguma regularidade. Se não for possível, procure organizar eventos digitais em que as pessoas possam se conectar pessoal e profissionalmente.
A pandemia provocou uma grande mudança nas expectativas dos colaboradores em relação às opções de trabalho flexíveis. Agora, 2 em cada 5 colaboradores consideram o trabalho em home office inegociável, de acordo com o relatório Workmonitor da Randstad. Ao permitir que os colaboradores escolham onde trabalhar, seja no escritório, no sofá de casa ou na cafeteria favorita, pode melhorar a qualidade de vida e ajudar a reduzir os níveis de estresse desses colaboradores.
Além do home office, considere permitir flexibilidade nos horários também. A Randstad descobriu que 41% das pessoas consideram o horário flexível uma prioridade ao avaliar oportunidades de emprego. Além disso, pesquisas da Harvard sugerem que mais flexibilidade no local de trabalho pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares dos colaboradores.
O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não é apenas um termo da moda. Os entrevistados na pesquisa da Randstad classificaram-no como uma prioridade tão alta quanto a remuneração. O home office e o horário flexível ajudam os colaboradores a gerenciar outras responsabilidades e interesses pessoais, o que pode ajudar muito a reduzir o estresse.
Apesar de todas as vantagens do home office, pode ser mais difícil para as pessoas traçarem limites entre o trabalho e a vida pessoal nesses casos. A Pew Research relata que 55% dos colaboradores respondem a e-mails de trabalho fora do horário de expediente normal. O relatório do Slack revelou que 50% dos colaboradores não fazem pausas, o que os torna 1,7 vez mais propensos a sofrer de burnout e 13% menos produtivos do que aqueles que o fazem.
Os colaboradores precisam se sentir livres para tirar o tempo necessário para si e suas famílias. A maioria das pessoas reconhece isso. 95% dos entrevistados em um relatório da APA disseram que é importante trabalhar para uma organização que respeite os limites entre o trabalho e a vida pessoal. Mas os colaboradores não se sentirão à vontade para traçar e manter os limites, a menos que o empregador os apoie. Trabalhe para criar uma cultura onde o equilíbrio e limites entre vida pessoal e profissional sejam uma prioridade, não apenas em discurso, mas também em atitudes.
Uma das maneiras mais importantes de evitar o burnout é tirar uma folga. Os fins de semana e os feriados ocasionais ajudam, mas não são suficientes. Deve-se incentivar os colaboradores a tirar férias para que tenham tempo para descansar, recarregar as energias e passar um tempo de qualidade com os entes queridos.
O Pew Research Center relata que 62% dos colaboradores atribuem alta prioridade às folgas remuneradas. Mas ter uma folga remunerada disponível não é o suficiente. Os colaboradores precisam saber que o uso dessa folga não é apenas permitido, como também incentivado. Caso contrário, segundo o Pew, cerca de metade dos colaboradores não usará essas folgas com a preocupação de que isso possa prejudicar a carreira.
Busque criar uma cultura em que as férias sejam valorizadas, em vez de ser uma fonte de preocupações. É importante que os gerentes e o RH acompanhem se os colaboradores estão usando o período de férias e incentivem qualquer pessoa que não esteja aproveitando o suficiente para começar a usar esses benefícios.
A principal justificativa para prevenir o burnout
Prevenir o burnout vai além de reduzir o estresse dos colaboradores. É uma iniciativa que requer mudanças sistêmicas, desde a melhoria da comunicação da liderança até a promoção de conexões contínuas com a equipe. Embora os indivíduos possam investir no autocuidado, cabe às empresas criar táticas de prevenção do burnout.
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