Please enable Javascript
Pular para o conteúdo principal

Como evitar o burnout no local de trabalho: 3 recomendações de especialistas

Mesmo antes da pandemia, 76% dos colaboradores já relatavam que se sentiam esgotados. Com as tensões das novas dinâmicas de trabalho, preocupações econômicas e desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, não é de se admirar que a força de trabalho em geral esteja enfrentando dificuldades.

Mas o que causa o burnout e quem é responsável por preveni-lo?


O que é a síndrome de burnout?

Burnout é o que acontece ao corpo e à mente de uma pessoa que está sob estresse crônico no local de trabalho. Os 3 sintomas mais comuns de burnout são exaustão, pessimismo e ineficiência.

Embora tenha aumentado consideravelmente durante a pandemia da COVID-19, a síndrome de burnout não é algo novo. Na verdade, foi um psicanalista nos anos 1970 quecunhou o termo. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também reconheceu oficialmente o burnout como um "fenômeno ocupacional", o que contrasta com sua antiga definição de burnout como um "estado de exaustão vital".


O que está acontecendo com a força de trabalho?

Em um estudo mundial recente da Harvard Business Review, 89% dos entrevistados disseram que a vida deles estava piorando, 85% disseram que a sensação de bem-estar havia diminuído e 62% relataram que estavam tendo dificuldades para lidar com a carga de trabalho e que haviam vivenciado burnout nos últimos 3 meses.

O aumento do trabalho remoto e híbrido aumentou a quantidade de horas trabalhadas em média, mas os dias de trabalho estavam se estendendo bem antes da COVID-19. Anualmente, os estadunidenses, em particular, trabalham mais do que outros países: em 2018, os colaboradores nos EUA trabalhavam 106 horas a mais do que os colaboradores japoneses, 248 horas a mais do que os trabalhadores britânicos e 423 horas a mais do que os alemães.

Mas não são apenas as longas horas que contribuem para o burnout. A Gallup detalha 5 causas principais: tratamento injusto no trabalho, carga de trabalho excessiva, comunicação pouco clara da gerência, falta de apoio da gerência e prazos irracionais.


Por que estresse e burnout são um problema tão grande?

Explicando bem diretamente: o excesso de trabalho diminui a saúde física e pode levar à morte prematura. Nos EUA, o estresse relacionado ao trabalho causa 120.000 mortes por ano. De acordo com um estudo divulgado em 2021 pela OMS com base em pesquisas feitas de 2000 a 2016, trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta o risco de derrame e doenças cardíacas. As longas horas também são mais perigosas do que os riscos ocupacionais (como a exposição a substâncias cancerígenas).

Além de afetar o bem-estar físico dos colaboradores, o estresse e o esgotamento também afetam os resultados financeiros de uma empresa. O aumento da depressão e da ansiedade entre os colaboradores custa às empresas cerca de US$ 1 trilhão por ano. Os custos mais altos com saúde, a menor produtividade e o aumento do das taxas de atrito são fatores que contribuem.

As empresas têm a oportunidade de evitar casos de burnout e desenvolver resiliência entre sua força de trabalho. Além de ser a coisa certa a fazer pelos colaboradores, também pode ajudar as empresas a continuarem a ter um bom desempenho em tempos mais complicados.


O que as empresas podem fazer para evitar o burnout

Abordar o problema enquanto organização, e não no nível individual, é a melhor maneira de as empresas evitarem casos de burnout. É importante oferecer benefícios para o bem-estar aos colaboradores e incentivá-los a cuidarem de si, mas também é fundamental que as empresas assumam a responsabilidade de reduzir os casos de burnout e aumentar a resiliência estrutural.

Veja 3 maneiras de começar:

  1. Comunique claramente as expectativas aos seus colaboradores
  2. Uma das principais causas de burnout, de acordo com a Gallup, é a falta de clareza na comunicação da gerência para os subordinados, por isso é importante definir metas realistas e viáveis, não apenas para a empresa, mas também para as equipes e a gerência. Os colaboradores que não têm controle sobre o impacto de seu trabalho, métricas de desempenho ou processos da empresa acabam frustrados e desmotivados.

    Por causa disso, a liderança precisa deixar claro como o trabalho contribui para as metas da organização e resolve problemas reais. Não precisam ser grandes metas. O ideal é começar com pequenas coisas.

    Durante períodos de maior estresse, a Deloitte incentiva a liderança a "ter expectativas plausíveis em relação à adaptação da força de trabalho quando a crise começar a ser resolvida, além de oferecer suporte a quem precisar de intervenção ou tempo extra para diminuir os níveis de estresse".

  3. É importante criar oportunidades de conexão significativas
  4. O isolamento no ambiente de trabalho também pode causar burnout, mas a colaboração e a conexão significativa podem neutralizar isso. A Gallup diz que os colegas de trabalho "representam uma linha essencial de apoio emocional aos colaboradores que estão com dificuldades [e] muitas vezes entendem o estresse de um trabalho melhor do que os gerentes".

    Se as equipes trabalham juntas em um escritório, garantir que os espaços de colaboração sejam convidativos é outra estratégia para evitar o burnout. Isso pode incluir espaço para se movimentar fisicamente, espaços de escrita comuns (como um quadro branco para ideias) e recursos de conferência digital para se reunir com colaboradores em outros locais.

    Além disso, a conexão pode (e deve) ir além do trabalho diário. Alguns dos serviços de apoio mais eficazes nas empresas são a facilitação ou o incentivo à criação, pelos próprios colegas, de grupos de apoio aos trabalhadores. Atividades simples, como happy hours ou cafés, também podem promover um sentimento de pertencimento entre as equipes.

  5. Faça contato com os funcionários regularmente
  6. Para aumentar a resiliência, é preciso desenvolver a segurança psicológica no ambiente de trabalho. De acordo com a Deloitte, isso implica "permitir a espontaneidade, ou seja, que todos se sintam confiantes e respeitados… sem medo de consequências negativas".

    Esse clima propicia maior envolvimento e colaboração, além de criar um ambiente tranquilo para lidar com qualquer crise. Além de evitar o burnout, aumentar o engajamento tem uma série de outros efeitos positivos, como melhorar o desempenho, a retenção de talentos e a experiência dos clientes.

    Para a gerência, também é importante ouvir ativamente o que é dito pelos colaboradores. Isso mostra o investimento profissional no indivíduo, bem como o respeito pessoal. Colaboradores com uma gerência disposta a ouvir os desafios relacionados ao trabalho têm 62% menos chances de sofrer de burnout.



    A principal justificativa para prevenir o burnout


    Prevenir o burnout vai além de reduzir o estresse dos colaboradores. É uma iniciativa que requer mudanças sistêmicas, desde a melhoria da comunicação da liderança até a promoção de conexões contínuas com a equipe. Embora os indivíduos possam investir no autocuidado, cabe às empresas criar táticas de prevenção do burnout em suas organizações.

Selecione o idioma de sua preferência
EnglishPortuguês (Brasil)