Estudo da Accenture aponta que 73% dos motoristas e entregadores concordam que a plataforma funcionou como uma rede de proteção; 87% afirmaram que sem o trabalho no app não teria sido possível atender necessidades financeiras na pandemia

 

Uma pesquisa inédita da Accenture aponta que o trabalho em plataformas digitais como a Uber funcionou como amortecedor financeiro para motoristas e entregadores que iniciaram a atividade no aplicativo no primeiro ano da pandemia de Covid-19.

A pesquisa global, encomendada pela Uber, teve o objetivo de entender como o trabalho em plataformas pode se adaptar e responder a uma grande crise. Segundo o estudo, “a pandemia de Covid-19 causou o maior choque econômico desde a Grande Depressão [1929], afetando economias e mercados de trabalho em todo o mundo, testando a capacidade do trabalho em plataformas de servir como um estabilizador anticíclico e fonte de resiliência financeira para trabalhadores”.

A pesquisa da Accenture considerou três fontes de informação: entrevistas com 4.941 motoristas e entregadores de seis países (Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido), realizadas entre março e abril de 2021; uma revisão da literatura sobre trabalho em plataformas; além da análise de dados administrativos da Uber relativos a sete milhões de parceiros que se conectaram à plataforma, nos seis países, entre 2019 e 2020.

A pesquisa revela uma série de informações sobre a experiência dos motoristas e entregadores parceiros que trabalharam com a Uber nos seis países durante os primeiros 12 meses da pandemia. Em relação ao Brasil, os destaques são: 

O trabalho com a Uber proporcionou acesso à renda, atuando como uma fonte alternativa de segurança financeira. De acordo com a pesquisa, 81% dos parceiros que começaram a trabalhar com a plataforma disseram que a atividade foi uma fonte de renda “essencial” ou “importante” durante a pandemia. Ao todo, 24% dos entrevistados estavam desempregados quando se cadastraram na plataforma e, dos que tinham algum trabalho no momento do cadastro, 58% responderam que estavam trabalhando menos horas ou que já tinham sido dispensados. O estudo mostrou ainda que 57% dos parceiros que começaram no aplicativo na pandemia relataram ser inelegíveis ou não ter conseguido acesso ao auxílio do governo. 

Como resultado, a maioria (73%) concorda que “trabalhar na plataforma funcionou como uma rede de proteção financeira durante a pandemia”. Nesse mesmo sentido, o estudo aponta que 87% dos novos motoristas e entregadores afirmaram que, sem o trabalho na plataforma, não teria sido possível atender suas necessidades financeiras na pandemia. 

Flexibilidade de horários e acesso à renda foram os principais motivadores apontados por motoristas e entregadores que começaram a trabalhar durante a pandemia. Um dos benefícios historicamente relatados por quem já trabalhava em plataformas antes da pandemia era a capacidade de definir e gerenciar seus próprios horários. Na pandemia, essa flexibilidade foi considerada ainda mais importante, já que 81% dos motoristas e 83% dos entregadores apontaram isso como um dos principais motivos que os levaram a se cadastrar na Uber. Outro dado que mostra como a flexibilidade foi essencial é que 77% dos parceiros relataram que a liberdade para iniciar e interromper o trabalho a seu critério os ajudou a gerenciar os riscos à saúde associados ao coronavírus.

Diante de um cenário econômico crítico, a chance de conseguir renda também foi amplamente valorizada, já que 62% dos motoristas e 54% dos entregadores responderam que se cadastraram no app durante a pandemia porque não conseguiram encontrar outro trabalho. Para 76% dos motoristas e 85% dos entregadores, “acesso fácil a uma fonte de renda” foi um dos motivos pelos quais começaram a dirigir ou entregar.

A atividade na plataforma ajudou as pessoas a se manterem conectadas ao mercado de trabalho. Segundo o relatório, “a importância de oportunidades de trabalho acessíveis durante uma crise econômica não deve ser subestimada. O desemprego pode afetar a saúde mental das pessoas, desencorajar a busca por trabalho e, por fim, levar a taxas mais baixas de participação na força de trabalho”. As pessoas que enfrentaram a perda do emprego antes de começar no aplicativo indicaram que o fato de continuarem conectadas ao mercado as ajudou a manter habilidades, motivação e hábitos de trabalho.

Além disso, a pesquisa aponta que o trabalho em plataformas também pode ajudar a melhorar a empregabilidade: 74% dos parceiros que começaram na Uber durante a pandemia afirmam que adquiriram habilidades importantes que podem ajudá-los em oportunidades futuras, como atendimento ao consumidor, relações interpessoais ou planejamento. 

A maioria (76%) dos motoristas e entregadores que começaram a gerar renda pela plataforma na pandemia avaliou a atividade como um trabalho satisfatório. Ao analisar aspectos da atividade, 89% estavam satisfeitos com a flexibilidade de trabalho e 84%, com a facilidade para começar a trabalhar. Segundo o relatório da Accenture, os altos índices de satisfação “podem ser explicados por vários fatores”, desde uma maior importância da renda obtida na plataforma devido a menos opções de trabalho, até mais reconhecimento – no Brasil, 54% dos novos parceiros disseram ter ganhado “mais reconhecimento e respeito durante a pandemia”.

O estudo da Accenture procurou listar algumas conclusões iniciais sobre o papel que o trabalho em plataformas digitais como a Uber desempenhou no fornecimento de oportunidades de renda durante a pandemia. Mas é importante observar que cada país do estudo se encontra em diferentes estágios de suas trajetórias de resposta e recuperação da pandemia, e mais análises e mais pesquisas devem ser feitas ao longo do tempo.

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