Localizado no coração da maior cidade da América Latina, o Centro de Tecnologia da Uber em São Paulo foi fundado no final de 2018 como um hub de tecnologia em segurança para toda a empresa. Sua equipe é composta por gerentes de produto, designers de experiência do usuário, engenheiros de software e cientistas de dados. Como parte da missão da Uber de colocar a segurança de nossos usuários em primeiro lugar, nossa equipe de tecnologia é responsável por melhorar nossos processos e serviços globais para manter os usuários, consumidores, motoristas e entregadores parceiros seguros.

Nossas equipes em São Paulo são responsáveis ​​por planejar e desenvolver novos recursos que ajudem a prevenir incidentes em nossa plataforma e auxiliem os usuários a viajar para seus destinos com mais segurança todos os dias em todo o mundo. Todos os projetos de Segurança da Uber são parte de uma forte colaboração entre equipes localizadas em São Paulo, São Francisco (EUA) e Índia.

O time de Segurança está no centro de nosso negócio e está redefinindo o que é necessário para estar seguro em escala global. Usamos telemática em tempo real e tecnologias de detecção de movimento, juntamente com algoritmos de machine learning multifacetados e produtos móveis voltados para o usuário, a fim de reduzir e prevenir a direção e comportamento inseguros na plataforma Uber. A equipe está construindo uma infraestrutura de streaming de dados de baixa latência que ingere terabytes de dados diariamente antes de aplicar modelagem estatística e algoritmo de processamento de sinal, auditoria de PNL e outras soluções múltiplas.

Assim que alguém se junta ao nosso time, rapidamente essa pessoa é alocada para um de nossos projetos. O U-Check é um exemplo de projeto pertencente ao time chamado Safety Identity, que trabalha para validar a identidade do usuário, utilizando nossa tecnologia para mitigar o risco de incidentes. O U-Check utiliza o Schemaless datastore para gerenciar as informações de identidade das pessoas, ao mesmo tempo que oferece suporte a diferentes formas de identificação, como CPF no Brasil e carteira de motorista no Chile. E por meio do projeto DocScan, um serviço de digitalização de documentos construído em cima da plataforma U-Check, fomos ainda mais longe no que diz respeito à identidade. Ele usa o motor de orquestração de código open source da Uber, chamado Cadence, para executar seu processo de várias etapas de digitalização, armazenando a imagem do documento, enviando o arquivo para ser analisado, obter a resposta de volta e extrair informações analisadas dele.

O U-Audio, um projeto do time chamado de Safety Media, foi desenvolvido para oferecer escolha aos usuários e motoristas parceiros para gravar o áudio de suas viagens, de forma a se sentirem mais seguros e protegidos caso algo aconteça. O U-Elas é outro bom exemplo de recursos desenvolvidos para que nossas motoristas e usuárias possam se sentir mais seguras durante a viagem. Com este recurso, as mulheres motoristas podem escolher receber viagens apenas de passageiras do sexo feminino.

Também contamos com o time de Safety Data, que usa machine learning e análise de dados para prever e prevenir interações mais arriscadas na plataforma. RideSense, uma colaboração entre nossas equipes de Engenharia, Produto e Ciência de Dados, é um outro bom exemplo, sendo uma tecnologia treinada e construída em cima de Michelangelo, a Plataforma de machine learning da Uber. Por fim, a equipe  Safety Eats cria recursos que melhoram a segurança dos consumidores e parceiros de entrega do Uber Eats, incluindo projetos relacionados à segurança alimentar e alergias.

Além de nosso trabalho principal voltado para segurança, o Tech Center de São Paulo também conta com uma equipe de Design. O nosso Design Studio trabalha em projetos de Segurança com o time local e também com outras áreas da nossa plataforma global. O time tem profissionais de Design e Pesquisa de Usuário em estreita colaboração com outras funções de Produto para entender problemas complexos, identificar oportunidades de negócios, criar produtos que fazem uma diferença positiva na vida dos usuários e impulsionam o crescimento da Uber.

Conversamos com Marcello Azambuja, Líder do Tech Center  e Diretor de Engenharia, para ouvir como é trabalhar no São Paulo Tech Center.

 

O que o levou a liderar o São Paulo Tech Center da Uber?

Antes de vir para a Uber, passei 15 anos em um dos maiores conglomerados de mídia da América Latina como CTO e Head de Produto. Mas eu estava procurando por um desafio novo e maior – eu queria trabalhar com tecnologia em uma empresa onde o digital estivesse em seu DNA, entregando impacto além de São Paulo, mas com serviços que fossem relevantes para o Brasil. Como um dos maiores mercados da Uber, o Brasil possui seu próprio conjunto exclusivo de requisitos e considerações quando se trata de projetar um produto de compartilhamento de viagens.

Por essas razões, a Uber foi uma escolha óbvia. Quando soube que a organização de Engenharia da Uber queria abrir um hub de tecnologia em São Paulo e estava procurando um líder, eu mal podia esperar.

 

Como sua função na Uber difere de experiências de carreira anteriores?

Em primeiro lugar, a velocidade com que a Uber se move é incrível. Quando entrei na minha empresa anterior em 2003, foi o início da internet no Brasil. Foi útil porque ganhei 15 anos de experiência em um ritmo mais moderado, uma experiência que me ajudou a ter sucesso no ambiente de ritmo mais rápido como da Uber. A outra grande diferença entre minhas funções técnicas anteriores e meu emprego atual na Uber é a escala em que a empresa opera. Antes de vir para a Uber, as empresas em que trabalhei atendiam a mais de 100 milhões de usuários únicos no Brasil, o que eu achei bastante impressionante na época. Agora, no entanto, depois de trabalhar na Uber por alguns anos, meu senso de escala mudou completamente. A organização de engenharia da Uber é grande e se estende por cinco continentes. É interessante ver como nossas diversas equipes, de infraestrutura e plataforma de produto a Maps e Uber Eats, trabalham juntas para fornecer uma plataforma centralizada e coesa. 

Apesar de ser uma grande empresa, é impressionante ver como inovamos tão rapidamente dependendo das necessidades de nossos clientes.

 

Quais são as maiores cartas técnicas da equipe de segurança para 2020?

A segurança é um desafio muito complexo. Para fazer isso, usamos uma variedade de tecnologias, como telemática, GPS, IA (Inteligência Artificial) e aprendizado de máquina (Machine Learning), entre outras. Por exemplo, construímos o RideCheck, um sistema que usa telemática para detectar paradas repentinas e abruptas durante uma viagem, o que pode indicar a ocorrência de um acidente. Uma vez iniciado, o RideCheck emite uma notificação para usuários e motoristas perguntando se está tudo OK. Eles podem nos informar por meio do aplicativo que tudo está bem ou tomar medidas como usar o botão de ligar para a Polícia da Uber, ou compartilhar a viagem com quem quiser.

Outra regra importante para nossa equipe gira em torno de como podemos aproveitar o aprendizado de máquina (machine learning) para melhorar a segurança do usuário. Atualmente, utilizamos reconhecimento facial para encerrar fraudes em contas e modelos de machine learning para avaliar o risco de pagamentos.

Garantir a identificação precisa de nossos clientes é uma das nossas principais preocupações. Para isso, estamos trabalhando em vários recursos no aplicativo que ajudam os usuários a verificar sua identidade e evitar fraudes, principalmente em mercados que aceitam dinheiro.

 

Com exceção da sua equipe da Uber, o que mais te move?

Minha família, claro! Mas acho que fora da minha família, uma coisa interessante é que pratico o jiu-jitsu. O que acho realmente interessante nessa atividade é que mesmo quando você enfrenta um adversário mais pesado e mais forte, você pode derrotá-lo com uma técnica melhor. É como xadrez corporal. Para mim, o jiu-jitsu é interessante porque é físico, mas também é um exercício mental muito pesado.