Alexandre Rocha, 37 anos, é um motorista parceiro da Uber em Brasília, da categoria uberX. No último domingo, ele foi atacado com uma faca e um cacetete. Precisou levar oito pontos na cabeça, sem contar o trauma psicológico ao qual foi submetido. Ele tem três filhos e estava desempregado há 8 meses antes de conhecer a plataforma da Uber.

Natalício Bezerra, 83 anos, é Presidente do Sinditaxisp desde 1986. Foi vereador por São Paulo entre 1997 e 2000. Ontem, em uma audiência pública da Comissão do Trabalho da Câmara Federal, insinuou que o Senador responsável pela introdução do PLS 530/15, que cria regulações para novas tecnologias como a Uber, teria sido comprado. É a segunda vez que Natalicio agride o Senador. Há algumas semanas, ele disse em outra audiência pública que “Senador que fica contra os taxistas acaba se dando mal”.

Nos dois casos, é possível ver tipos distintos de agressão – Alexandre está em casa, se recuperando da violência. No caso do Natalício, é apenas mais uma vez em que ele usa sua posição de líder de uma categoria para agredir verbalmente aqueles que não compartilham de sua visão de mundo. No caso, apontando o dedo para um Senador que deseja usar a tecnologia para o bem do país.

Nos dois casos, uma coisa é clara – quem não quer dialogar, quem deseja monopolizar o mercado e ignorar os usuários, busca a violência, seja verbal ou física, para abafar o debate. Quem perde, no fim das contas, é a sociedade.