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Como evitar o burnout no local de trabalho: recomendações de especialistas

Última atualização: 28 de março de 2024

O burnout não é um problema novo, mas muitas empresas estão começando a entender como ele é sério e comum. Os últimos anos trouxeram vários novos fatores de estresse que afetam os trabalhadores: da pandemia às novas tecnologias que remodelam indústrias inteiras, além das preocupações econômicas por causa da inflação. A força de trabalho em geral está lidando com muita coisa e, claro, com dificuldade.

Determinar como evitar o burnout no local de trabalho é bom tanto para a sua empresa quanto para os seus colaboradores.


O que é a síndrome de burnout?

Burnout é o que acontece ao corpo e à mente de uma pessoa que está sob estresse crônico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou 3 sintomas principais que caracterizam o burnout:

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia
  • Sentimentos elevados de negatividade ou distância mental do trabalho
  • Menos eficiência no trabalho

A OMS declarou a síndrome de burnout um "fenômeno ocupacional" em 2019, mesmo antes do início da pandemia. Para muitos trabalhadores, as coisas só ficaram mais difíceis nos anos seguintes.


O que está acontecendo com a força de trabalho?

Em uma pesquisa da American Heart Association, 82% dos colaboradores relataram sentir-se esgotados pelo menos parte do tempo e 25% disseram que se sentem esgotados o tempo todo. Mas não são apenas as longas horas que contribuem para o burnout. A Gallup detalhou as 5 principais causas:

  • Tratamento injusto no trabalho
  • Carga de trabalho excessiva
  • Uma comunicação pouco clara da gerência
  • Falta de apoio do gestor
  • Pressão de tempo irracional

Esses problemas afetam a satisfação e o desempenho dos colaboradores. De acordo com o Índice de Saúde Mental Telus, 60% dos trabalhadores dizem que não estão trabalhando em seu nível ideal.


Por que estresse e burnout são um problema tão grande?

Em poucas palavras: o estresse pode levar a vários problemas de saúde que podem reduzir a qualidade de vida e até aumentar o risco de morte.

De acordo com a Universidade de Columbia, o estresse crônico pode levar a problemas de saúde que vão desde o aumento da pressão arterial e inflamação no corpo até um sistema imunológico enfraquecido. Uma pesquisa da OMS encontrou uma ligação entre trabalhar mais de 55 horas por semana e um risco aumentado de derrame e doenças cardíacas. E a Associação Americana de Psicologia (APA) relata que o estresse de longo prazo experimentado desde o início da pandemia causou um aumento nas doenças crônicas e nos diagnósticos de saúde mental.

E trabalhar mais nem sempre se correlaciona com melhores resultados para as empresas. Um relatório do Slack revelou que 40% dos colaboradores trabalham regularmente após o expediente porque se sentem pressionados a fazê-lo, mas os colaboradores que encerram no final do expediente ganham pontuações de produtividade 20% mais altas.


O que as empresas podem fazer para evitar o burnout

Oferecer benefícios relacionados ao bem-estar e incentivar os colaboradores a cuidarem de si é importante, mas as empresas podem ir mais longe na criação de uma cultura que reduza o burnout no local de trabalho. Aqui estão duas maneiras de começar:

Confira 3 maneiras de começar:

  1. Melhore as práticas de liderança
  2. Equipar seus líderes com o treinamento, as habilidades e os recursos certos para apoiar seus subordinados diretos é um passo importante.

    Invista em treinamentos

    Muitas vezes, as empresas promovem as pessoas à gestão com base no desempenho delas em funções anteriores. O Chartered Management Institute descobriu que 82% dos trabalhadores do Reino Unido que ingressam em cargos de liderança não recebem treinamento formal em gestão, o que pode levar a um ambiente de trabalho sem suporte. Seus gerentes servirão seus subordinados de forma mais eficaz com um treinamento adequado.

    Enfatize uma comunicação clara

    Em uma pesquisa recente da Gallup, apenas 44% dos colaboradores disseram que sabem o que é esperado deles no trabalho. Ofereça aos trabalhadores informações claras sobre suas responsabilidades e como seu desempenho será medido. Deixe que eles saibam como o trabalho deles contribui para as metas da organização, para que entendam o valor que trazem para a empresa.

    Monitore as cargas de trabalho

    Você não quer ter nenhum funcionário encarregado de mais trabalho do que uma pessoa consegue suportar. Incentive os gerentes a prestar muita atenção à quantidade de trabalho que cada colaborador recebe e a intervir antes que alguém fique sobrecarregado.

    Incentive o envolvimento e as opiniões

    A mesma pesquisa da Gallup revelou que apenas 33% dos colaboradores nos EUA estão engajados e apenas 26% sentem que suas opiniões são importantes no trabalho. Para aumentar a resiliência e desenvolver a segurança psicológica no ambiente de trabalho, é preciso priorizar o engajamento dos colaboradores. Incentive os colaboradores a compartilhar opiniões e deixe claro que eles não serão punidos pela honestidade. Solicite feedback e implemente mudanças com base no que ouvir.

  3. Crie oportunidades de conexões reais
  4. De acordo com a Gallup, o isolamento no ambiente de trabalho também pode contribuir para o burnout dos colaboradores. Pesquisas do CDC mostram que a conexão social pode reduzir muitos dos problemas de saúde associados ao estresse.

    Para colaboradores que trabalham juntos em um escritório, é importante incentivar o trabalho colaborativo. Para isso, inclua atividades no escritório que ajudem os colaboradores a se conhecerem melhor e crie espaços de escrita comuns (como um quadro branco para ideias).

    Para equipes em que alguns ou todos os colaboradores trabalhem em home office, possibilitar a colaboração pode ser mais complexo. Use recursos e ferramentas de conferência digital projetados para criar uma comunidade online, como um Slack empresarial. Tente deixar espaço nesses canais para uma comunicação que não seja só de trabalho; ter canais do Slack dedicados a interesses compartilhados, por exemplo, pode ajudar os colaboradores a se conectar em um nível mais pessoal.

    Além disso, a conexão pode (e deve) ir além do trabalho diário. Considere facilitar ou incentivar grupos orientados por colegas para os colaboradores. E planeje atividades como happy hours ou viagens de grupo onde os colaboradores possam se conhecer fora do escritório. Se sua equipe estiver espalhada em diferentes locais, considere incluir os custos de viagem no orçamento para reunir as pessoas com alguma regularidade. Se isso não for plausível, procure organizar eventos digitais em que as pessoas possam se conectar pessoal e profissionalmente.

  5. Introduza opções de trabalho flexíveis
  6. A pandemia provocou uma grande mudança nas expectativas dos colaboradores em relação às opções de trabalho flexíveis. Dois em cada 5 colaboradores agora consideram o trabalho em home office inegociável, de acordo com o relatório Workmonitor da Randstad. Confiar nos colaboradores para trabalhar no local ideal para eles, seja no escritório, no sofá da casa ou na cafeteria favorita, pode melhorar a qualidade de vida e ajudar a reduzir os níveis de estresse desses colaboradores.

    Além do home office, considere permitir flexibilidade nos horários também. A Randstad descobriu que 41% das pessoas consideram o horário flexível uma prioridade ao avaliar oportunidades de emprego. Além disso, pesquisas da Harvard sugerem que mais flexibilidade no local de trabalho pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares dos colaboradores.

    O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não é apenas um termo da moda; os entrevistados na pesquisa da Randstad classificaram-no como uma prioridade tão alta quanto a remuneração. O home office e o horário flexível dão aos colaboradores espaço para gerenciar outras responsabilidades e interesses da vida, o que pode ajudar muito a reduzir o estresse.

  7. Incentive e respeite os limites
  8. Apesar de todas as vantagens do home office, pode ser mais difícil para as pessoas traçarem limites entre o trabalho e a vida pessoal nesses casos. A Pew Research relata que 55% dos colaboradores respondem a e-mails de trabalho fora do horário normal. O relatório do Slack revelou que 50% dos colaboradores não fazem pausas, o que os torna 1,7 vezes mais propensos a sofrer de burnout e 13% menos produtivos do que aqueles que o fazem.

    Os colaboradores precisam se sentir aptos a tirar o tempo necessário para si e suas famílias. A maioria das pessoas reconhece isso. 95% dos entrevistados em um relatório da APA disseram que é importante trabalhar para uma organização que respeite os limites entre o trabalho e a vida pessoal. Mas os colaboradores não se sentirão à vontade para traçar e manter os limites, a menos que o empregador os apoie. Tente fomentar uma cultura em que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e os limites sejam respeitados como uma prioridade, não apenas em palavras, mas também em ações.

  9. Forneça e incentive os colaboradores a usar a folga remunerada
  10. Uma das maneiras mais importantes de evitar o burnout é tirar uma folga. Os fins de semana e os feriados ocasionais ajudam, mas não são suficientes. Os colaboradores devem ser incentivados a tirar férias adequadas que lhes dêem tempo para descansar, recarregar as energias e passar um tempo de qualidade com os entes queridos.

    O Pew Research Center relata que 62% dos colaboradores atribuem alta prioridade às folgas remuneradas (PTO). Mas ter uma folga remunerada disponível não é o suficiente. Os colaboradores precisam saber que o uso dessa folga não é apenas permitido, como também incentivado. Caso contrário, segundo o Pew, cerca de metade dos colaboradores não usará essas folgas com a preocupação de que isso possa prejudicar a carreira.

    Busque criar uma cultura em que as férias sejam esperadas, em vez de ser uma fonte de preocupações. Incentive gerentes e o RH a monitorar se os colaboradores estão usando o período de férias e incentive ativamente qualquer pessoa que não esteja aproveitando o suficiente para começar a usar esses benefícios.



    A principal justificativa para prevenir o burnout


    Prevenir o burnout vai além de reduzir o estresse dos colaboradores. É uma iniciativa que requer mudanças sistêmicas, desde a melhoria da comunicação da liderança até a promoção de conexões contínuas com a equipe. Embora os indivíduos possam investir no autocuidado, cabe às empresas criar táticas de prevenção do burnout.

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